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Planeta 02/03/2011

Fantasia sustentável para brincar o carnaval

“Mas é carnaval, não me diga mais quem é você, amanhã tudo volta ao normal.” Em termos ambientais não é bem assim como diz a letra do samba. Na Quarta-Feira de Cinzas, as ruas amanhecem com toneladas de resíduos da festa: restos de fantasias, enfeites, garrafas quebradas, etc. A empresa carioca Nova Rio firmou parceria dois anos atrás com o curso de Moda da Faculdade Veiga de Almeida para organizar desfiles de fantasias feitas com material reaproveitado. A estudante Mônica Cunha uniu ecologia e futurismo e criou um traje inspirado nos alienígenas azuis de Avatar – só com material que seria descartado em sua casa.

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1. Tecido: plástico

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Para fazer a saia da fantasia, use dois sacos de lixo azuis. O processo é simples: basta abrir o fundo deles, medir no corpo e cortar na altura desejada. É ideal usar dois sacos, um sobreposto ao outro, para evitar que o traje fique transparente. Uma camada de filó (tecido parecido com uma tela, usado em véus de noiva) embaixo dá mais volume. Finalmente, costura-se um elástico na extremidade superior das três camadas.

2. Flores de papelão

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Para enfeitar a saia, pode-se cortar caixas de ovos em formato de flor e costurar no plástico. Buchas vegetais de banho ou esponjas de cozinha usadas servem para o miolo.

3. Folhas de PET

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Para acompanhar as flores, recorte garrafas PET verdes em formato de folhas e costure. A estilista recomenda que se derreta as extremidades da folha de PET com um isqueiro para melhor acabamento, além de evitar possíveis acidentes com rebarbas pontiagudas.

4. Top ecológico

O top usado na fantasia também é feito com saco plástico azul, mas de um jeito um pouco diferente: corta-se o fundo e uma das laterais do saco, formando uma tira larga de “tecido plástico”. O ideal é utilizar três tiras: duas para cobrir os seios e mais uma para passar no pescoço e amarrar no meio do tórax, deixando o restante da tira formar uma “franja” na barriga.

5. Ombreiras

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Uma caixa de ovos de codorna adornou o ombro da “Na’vi” – personagem de Avatar. Em furinhos feitos na caixa, foram inseridos bastões de cola quente colorida, tampinhas de garrafa e outros restos de fitas de decoração – como os que sobram do Natal, por exemplo. Como a cola quente não é propriamente material reaproveitado, ela pode ser substituída apenas pelas tampinhas coloridas, coladas na base plástica.

6. Flor central

Para enfeitar o top, a estilista fez uma grande flor azul e costurou no centro do tórax. Sob uma base de plástico (como a tampa de um pote de achocolatado, por exemplo) revestida de plástico azul, ela sobrepôs várias camadas de cola quente colorida e inseriu tampinhas de garrafa.

 

7. Só a fantasia não basta

Para passar um carnaval ecologicamente correto, não adianta apenas confeccionar sua fantasia com materiais reaproveitados. É preciso respeitar as mesmas premissas sustentáveis do resto do ano. Tentar manter o consumo baixo, produzir pouco lixo e evitar o desperdício de alimentos e bebidas é básico para quem quer se jogar na folia sem culpa. Alertar os outros foliões também é importante. No ano passado, foram coletadas 1.460 toneladas de lixo no carnaval de rua de Salvador, 865,5 toneladas no Rio e 19 toneladas no Anhembi, na zona norte de São Paulo, onde fica o Sambódromo.

Fonte: Estadão