7 vantagens que o BBB leva sobre a Fazenda
É inevitável para os antenados em reality shows assistir A Fazenda e não enumerar as muitas semelhanças com o Big Brother Brasil, da TV Globo. Mas também é impossível não concluir que a atração da Record é uma cópia piorada da global. Veja no que o BBB leva vantagem:
Edição – A habilidade de edição da equipe de Boninho, diretor do reality show da Globo, é capaz de prender a atenção até mesmo de quem jura não assistir ao programa. Para isso, a emissora lança mão de técnicas que criam personagens e transformam as relações entre os confinados num verdadeiro enredo de novela, com doses certas de mistério e comédia. Esse é um dos segredos da atração para manter a audiência mesmo quando o conteúdo não parece tão eletrizante assim.
Captação de imagens – A escolha de fazer o programa ambientado numa fazenda já pressupõe um cenário de grandes dimensões. Tanto espaço pode ser ótimo para os animais e os confinados, mas deixa a desejar na nitidez das imagens, por causa das dificuldade das câmeras em captar closes e mostrar claramente as expressões dos participantes. O cenário de A Fazenda tem cerca de 20.000 m², enquanto o do Big Brother Brasil, algo em torno de 2.300 m². Quando os participantes estão cuidando de porcos ou avestruzes, que ficam longe da casa principal, são feitas imagens ainda mais abertas que esta em que Joana Machado aproveita o momento de regar as plantas para exibir o corpo.
Trilha sonora – Diferentemente de A Fazenda, que chega a levar ao ar uma canção digna de motel, o BBB tem um som animado, que mantém em alta o pique do programa – e o interesse do espectador. Mais do que isso, a trilha sonora do Big Brother Brasil funciona como uma identidade musical da atração e de cada participante. A trilha é, portanto, também um recurso de edição.
Mora na filosofia – Utilizar citações alheias no discurso de uma eliminação é uma fórmula criada por Pedro Bial para oferecer um pouco de filosofia de botequim aos amantes do reality show. Em A Fazenda, Britto Jr. segue a mesma toada e, em cada eliminação, tem seu discurso pseudoanalítico acompanhado por uma trilha sonora cheia de suspense. Mas Britto Jr. não tem o ritmo e o fôlego do colega global e, perto dele, parece um apresentador de bingo de paróquia.
Marasmo x emoção – Cuidar de animais exóticos, como lhamas e avestruzes, rende de fato situações engraçadas, mas o marasmo do campo arrefece o espírito competitivo dos participantes. A escassez de provas deixa um clima de marasmo em A Fazenda. No reality da Record, não há por exemplo a figura do anjo do BBB, aquele participante que ganha numa prova semanal o colar de imunidade e tem de oferecê-lo a alguém, reafirmando amizades e despertando ciumeiras e rachas entre grupos. A atração acaba contando apenas com as brigas entre os confinados e seus enormes egos para ter algum movimento.
Máscara pronta – A estratégia de investir em subcelebridades resulta num elenco de participantes que, além de dotados de egos inflados, chegam prontos ao programa, vestidos com os personagens que construíram ao longo de sua trajetória artística. Conhecidas do público, essas figuras geralmente se esforçam em apenas corroborar uma imagem já pré-estabelecida, deixando pouco espaço para reações inusitadas. Seus egos inchados, por outro lado, chegam a incomodar e a fazer os BBBs parecerem pessoas tímidas, serenas e equilibradas.
Atrações à parte – À parte o reality show em si, o Big Brother Brasil conta com shows e convidados capazes de animar o programa e torná-lo mais interessante. A Fazenda não faz o mesmo uso desse expediente, e perde em conteúdo, em burburinho e em repercussão.
Fonte: Veja